Do medo

Medo de sentir. Medo de não sentir. Medo de querer. De querer mais. Medo de não querer mais.
Medo de partir e medo de ficar. Medo de mim no outro; medo dele em mim.
Insegurança. Vulnerabilidade. 
Medo.
Não de ladrões ou psicopatas; não de cobras ou trovoada. Medo da vida. Essa coisa a acontecer e a mexer cá dentro, que aperta e confunde, que encanta e extasia.

O medo é a maior complexidade da vida. Complica tudo. Equaciona tudo. Não entrega nada. O medo trava, esconde, disfarça. É a maior ditadura a limitar a nossa liberdade.

Quantas coisas deixamos de dizer e de ouvir? Quantas coisas deixamos de sentir?

Como seríamos nós, se não tivéssemos medo?
Como seria este mundo cheio de gente que diz o que sente, que abraça quem deseja, que vai onde quer? Um bando de loucos a rir à toa com o coração a explodir paz.

Ontem adormeci a pensar neste medo e a sentir que, de alguma forma, ele me protegia. Mas, de novo, aquela velha questão:
O que farias se não tivesses medo?

Sei a resposta. Sei sempre a resposta.
Houvesse ousadia...

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