Faz-de-conta

Há um país onde se vive em permanente faz-de-conta
Faz de conta que estamos em Paz. 
Faz de conta que podes dizer o que quiseres. 
Faz de conta que vives em democracia. 
Faz de conta.

Não é um conto de fadas, não há princesas nem dragões. 
Há sítios encantados pelas gentes sagradas de um país que se quer inteiro a avançar, mas se vê travado e submisso. Não é um lugar do mundo da fantasia. É um chão de terra vermelha onde dançam as revoltas, onde se pisam as mágoas cansadas. É real. Mas faz de conta que não é.
É a brincar ao faz-de-conta que se vive nesse país. É a brincar que se segue pelos dias, é a brincar que se conversa nos djumbais das varandas, é a brincar que se esperam Eleições marcadas para breve. 
Ninguém diria que é uma brincadeira. Tal é a seriedade imposta neste faz-de-conta. Num jogo onde já se conhecem as regras de cor. 
Há quem não queira brincar (haverá quem queira??), mas neste jogo todos entram. Porque quando alguém se esquece do jogo, ou não quer brincar mais, e vai à sua vida normal, de verdades e preocupações, alguém vem lembrar que isto não é uma brincadeira de crianças. É um jogo de gente grande, ainda que muito pequenina. E é para levar a sério.

E sim, sim, está tudo bem. Mas estás a falar de quê? Talvez seja melhor falarmos de outra coisa...
É que eu que ainda não aprendi as regras, mas já vou brincando ao faz-de-conta. E às vezes até acredito nessa Paz fingida. Faz de conta.

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