No dia de hoje, é comum lembrarmo-nos dos que já partiram, dos que continuam a ser Vida em nós numa ausência que nos dói. Lembrá-los enche-nos o olhar de ternura.
E fico a pensar como são eternos em mim. Lembro-me de pensar nisto há dois anos, depois de uma perda me obrigar a construir eternidade no meu coração.
Parece contraditório, mas a eternidade pode ter diferentes
durações. Acredito mesmo que a eternidade mora nos momentos que têm
princípio e fim, muito mais do que no tempo infinito.
Mesmo quando choramos (e é preciso chorar), mesmo quando são pesadas demais a saudade, a efemeridade da vida e as ausências, é preciso aprender a celebrar as vidas que deixaram de ser corpo entre nós.
A
efemeridade desaparece quando as vidas são partilhadas. A memória faz com que os momentos sejam reais,
mesmo depois de terminados.
Poderá ser eterna a
chama de uma vela, mesmo depois de se apagar?
Sim. Basta que alguém tenha contemplado a sua luz. Tudo que é contemplado é eterno.
Sorrio tranquila, feliz pela constatação da eternidade sublime que descobri, esta subtil e quase mágica
perenidade de instantes e vidas.
A vida não é feita de
momento efémeros, saibamos nós construir pedaços de eternidade.
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