De partida.
A Sóninha dizia há tempos que chegar à Guiné-Bissau não é um acto, é um processo.
Partir também. Um processo lento, demorado, daqueles que se arrastam em tribunal recorrendo a todas as instâncias possíveis.
Pode parecer estranho, mas as despedidas são vivências profundamente solitárias. E só assim fazem sentido. Por mais que se materializem abraços e cartas, a verdadeira despedida é aquela que se vai fazendo em segredo no coração, nos momentos de silêncio em que todos trabalham concentrados, nos momentos de confusão e euforia em que todos dançam o corpo inteiro de paz e riso, e eu me paro em segundos demorados de contemplação.
E estas pessoas bonitas e gigantes lá dentro de si, ficam ainda mais bonitas e mais gigantes. Eu a beber as suas belezas em solenidades que finjo banais.
E a minha Guiné fica mais minha. Tão minha. Tão dentro de mim. Eu tão nela. Tão.
Porque vou embora, mas ainda não fui.
Entretanto, eu continuo aqui, entre tanto. Tanto!
Entretanto nós por cá vamos vivenciando estes momentos, entre tanto que dás de ti não te apercebes que existe um poço sem fundo de onde o amor brotará com a facilidade da corrente de um leito de rio que, entretanto, sem olhar aos obstáculos vai vencendo a adversidade do terreno. Entre tanto que dás ficam as acções, o desprendimento e a vontade intrínseca de dar sempre mais sem olhar que entretanto já tanto deste! Abraço-te com amor. Mami
ResponderEliminarAi amor exagerado de mãe é a melhor coisa do mundo mesmoooo...!
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